segunda-feira, julho 23

NA BEIRA DO GURGUÉIA


Eu estava por ali, tirando a sujeira nas águas turvas do Gurguéia, abeirando seus remansos. Sufoco-me em lágrimas, quando penso que logo terei que partir dali.

Registro esses momentos para que se eternizem em minha memória e para dizer que as pescarias foram épicas.

Aquelas taínhas me deixaram saudades, mas ainda haverá um novo dia. Certamente que nos encontraremos de novo para rever os novos arvoredos.

O São Camilo deverá esperar-me, onde soprarei outros borás, que se ecoarão por entre os novos sertões da minha velha Jerumenha.

sexta-feira, julho 20

TRAVESSIAS


Lembro-me dos tempos das travessias, das pescarias e do silêncio do Gurguéia em suas cheias de inverno.

Os coaxares e o canto dos pássaros dali me povoam o tempo inteiro; os camalões nos assustando pelos arredores das faveiras e os soínhos nos botando medo.

Volto para casa pulando a cerca do quintal, na hora do almoço, para comer um cozidão de bode.

À tarde, volto ao Poço Frio, para sentir o frio do riacho. Chego ao anoitecer, asseado, no ponto para traçar a marizabel quente, com um suco de maracujá feito na hora, tirado do pé do fundo do quintal.

O latido do Gigante ecoa pela noitinha, quando vamos para a calçada jogar conversa fora.

segunda-feira, julho 2

PASSEIO NO SAO CAMILO



Foto que tiramos no final dos anos setenta, quando estávamos no período da semana santa e fomos para o São Camilo, propriedade de seu Roberto Corró. A gente ia caminhando, batendo papo e tirando um monte de fotografias.

Tempo bom. Conseguimos aproveitar bastante, pescando, caçando e tomando banhos nos riachos e fazendo piqueniques. Era um tempo ainda bom, onde podíamos andar tranquilamente por essas matas adentro.

Hoje, tudo está vazio, sem mais os coaxares do passado. De qualquer forma, ainda vale um passeio por essas bandas, tirar uma fotos e dar umas filmadas do que ficou guardado da época romântica.

Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...