segunda-feira, setembro 26

A VERDADE SOBRE A PRISÃO DE SANTO ANTONIO EM JERUMENHA

 

Muito se ouve falar, que na pequena cidade de Jerumenha, ao sul do estado do Piauí o santo padroeiro, Santo Antonio, foi preso. Essa história foi citada de maneira equivocada pelo Sr. Silas Freire, há alguns dias no programa “AGORA”.

Venho, portanto esclarecer que esta não é uma história real, e acho de uma total irresponsabilidade e falta de respeito para com os filhos daquele lugar, um apresentador de televisão, usando inclusive tom de deboche, comentar a respeito de um assunto que ele não conhece.

A VERDADE SOBRE A PRISÃO DE SANTO ANTONIO EM JERUMENHA – PIAUI

Há muitos anos atrás, pouco tempo depois da colonização, quando os Jesuítas estiveram em Jerumenha construíram uma igreja para Santo Antonio, o santo padroeiro. Ao longo de todos os anos, Padres de muitos outros estados foram responsáveis pela paróquia. Naquele tempo as pessoas costumavam pagar suas promessas doando bens materiais (terras) a igreja ou ao santo que fizera o milagre. E assim Santo Antonio se tornava dono de vários pedaços de terra. Essas terras eram doadas, como dotes, as moças pobres que iam se casar. Porém, padres de outro estado do nordeste, que haviam sido párocos lá, acharam-se donos das terras que pertenciam ao Santo Antonio e resolveram vende-las.

Um belo dia chegava em Jerumenha vários coronéis vindos de outros estados para tomar posse das terras que pertenciam a Santo Antonio e mais algumas sob a afirmação de haverem comprado dos padres que lá estiveram antes. Mas os padres que na época se encontravam na paróquia de Jerumenha e a população Jerumenhense se opôs a essa insanidade e por esse motivo aconteceu uma grande briga entre coronéis x padres e jerumenhenses. Revoltados com a reação dos padres e da população, que não permitiram que os coronéis alcançassem seus objetivos ou porque se sentiam lesados, estes coronéis resolveram quebrar a imagem do santo, imagem essa datada ainda do tempo dos Jesuítas. Como o único lugar seguro que havia na cidade era a delegacia, e não havendo outro jeito para proteger a imagem do santo, o delegado mandou que a imagem fosse guardada lá na delegacia até que se acalmassem os ânimos e a tranqüilidade voltasse a reinar.

Nesse caso o boato da prisão de Santo Antonio não é verdadeiro, foi uma mentira espalhada e aceita por pessoas ignorantes que nem se quer conhecem as letras. Lamentável é que homens que se diz de princípio e caráter, levem adiante (para TV) um ato tão leviano, sem nenhum respeito pela dignidade dos filhos e moradores daquele lugar. Respeito é bom e nós Jerumenhenses gostamos.

Raimundo Neto
rmneto63@gmail.com / Fonte: noticiasdefloriano.com.br

quarta-feira, setembro 7

RETRATOS

Ali, na frente, era a casa da vovó Margarida, na subida do Barro Alto, destruída pelas enchentes do Gurguéia e, hoje, vê-se já um asfalto corroído pelo tempo, mas temos saudades da velha carroçal.

Lembro que brincava poraí, correndo feito doido e tomando sol de manhã, observando os cabritos pularem nos lajeros. Muitas vezes, nas madrugadas chuvosas, escutávamos os coaxares do mato, que invadiam meus pensamentos noturnos e soturnos no balanço da rede.

Saudades dos madrigais, do pé de milho, das goiabas e dos ingás; do riacho do Urubu, cheio e escorregadio. Baladeira em punho, com capanga e tudo, lá íamos nós caçar passarinhos, mas na verdade, mal conseguíamos atirar somente em calangos, emoções fortes de menino.

Bem que na memória, ainda guardamos essas lembranças, que os anos não nos trazem mais, apenas lutamos para preservar esses acontecimentos de nossas vidas e de nossos momentos intensos e felizes.

Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...