domingo, outubro 27

Dispersão Poética

Travessias 
(no prelo)


Aguarda, poeta, o tempo silenciosamente; mas há gritos ecoando em teus adejos; sonhos insistentes na alquimia de teus desejos.

domingo, março 24

DISPERSÃO POETICA


Essas tuas matas, poeta, são buscas; mesmo que caudalosamente turvas; são teu alimento diário de tuas margaridas; de sonhos, angústias e sofrimentos.

sábado, março 16

Sentado à beira do Gurguéia

RETRATOS


Aquelas manhãs nasciam convidativas, ali, pelos arredores do riacho do Urubu, mas antes havia o passeio pelo Barro Alto ( foto ), passando pelo Poço Frio. Os arvoredos e o canto do passaredo nos envolvia riachos abaixo.

À beira do Gurguéia, ensaiávamos umas taínhas em suas águas turvas, vendos os tiús caindo da velha faveira da beirinha. O tempo ia passando, o riacho cheio, escondendo os escorrega bundas.

De repente, escutamos os borás do Moreira nos procurando, nos chamando para o almoço por ordem de nossa querida Margarida. A fome era tamanha, mas ainda atacávamos os pés de muta, Maria preta e os ingás, para amenizar o bucho.

O tempo passou, mas são pequenas recordações que nos fazem transportar ao mundo da inocência, onde a criançada se divertia sem medo na trajetória de nossos sertões queridos da velha Jerumenha.

quinta-feira, março 14

Dispersão Poética


Há um silêncio, poeta, nessa curva temporal; nada é  virtual;  intensamente, ainda há  segredos e sonhos em tempo visceral.

sábado, fevereiro 9

Dispersão Poética


Esses corredores, poeta, ainda te povoa; na brisa doce do tempo; no silêncio soturno de teus incensos; carregados de sonhos e de tormentos.

quinta-feira, fevereiro 7

Dispersão Poética

Riacho do Urubu

Dispersão Poética

Essas tuas águas, poeta, são bentas; pasto sagrado de tuas Margaridas; palco lírico de tua infância querida; que os anos, de sorte, te darão sempre guarida.

Crônicas e Travessias

Cuidado com o João Besta (?)

João Besta
O pequeno carnaubal aflorava naquela tardinha chuvosa na quinta de dona Maria Prisulina. O Pocinho, jorrando sua água cristalina pros meninos tomarem banho depois de uma pelada no campo da Galeria.

As lavadeiras, com seus filhos pequenos, desatavam suas trouxas pra usar o melhor sabão da cidade, o Edubom. Ou era Edular? Era um corre corre de meninos exaltando suas traquinices numa gritadeira que se escutava a quilômetros de distância.

Entre galhos de Marias Mole, adentrávamos, com baladeiras em punho,  nas moitas da quinta próximo à lagoa pra atirar nas rolinhas e lavadeiras que aninhavam-se ali.

Foi quando percebi um João Besta se coçando no galho de uma goiabeira, talvez se preparando pra um novo acasalamento. Apontei a baladeira diretamente no passarinho com a melhor pedra de fogo que eu tinha na capanga. Na medida que aproximava mais o bichinho se aquietava. A cerca de um metro e meio, atirei e o João Besta (?) ali quietinho da silva xavier.

Quando errei o tiro, percebi que tinha sido atrapalhado pelo meu amigo Gungadim, companheiro de caçada, que se exaltou num desespero casual. Adiantou-se e atirou primeiro, espantando o pássaro que fora pousar em outros galhos.

- Porra, tu me atrapalhou!!!

terça-feira, janeiro 8

Dispersão Poética


Essas veredas, poeta, são teu salvo conduto; tuas vinagreiras; doces lembranças, contudo; onde coaxa o passaredo de tuas ribeiras.

Dispersão Poética



Acalma-te, poeta, n'alma, essas dores de amores; sem traumas nem rancores; apenas deixa quietos, na vida, esses teus dissabores.

Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...