quinta-feira, agosto 30

REPRESA DO GURGUÉIA


Lembro-me, perfeitamente, de nossas férias de final de ano, quando nos preparávamos para viajar. O casarão de vovó Margarida já no ponto de receber a gente. A expectativa era terrível. Pensava nos bolos fritos, do cuzcuz e dos beijus preparados por vovó.

De manhã cedo já estávamos preparados para as pescarias e para o banho no riacho do Urubu. O rio Gurguéia, cheio, nos deixando afobados para os mergulhos e os pulos mortais. A represa enchia o Urubu até o Poço Frio.

As passarinhadas, o banho no Bezerra, a missa da matriz e as conversas dos vaqueiros na quitanda de vovô Roberto, deixava a gente em alvoroço. O tempo passou, realmente, mas não conseguimos esquecer aqueles velhos tempos d´outrora.

quarta-feira, agosto 29

RETRATOS


Esse é o trio dos Melo em pose para o futuro – Tibério, Danúnzio e Ubaldo na praça doutor Sebastião Martins em Floriano nos anos cinqüenta. Retratos que falam pó si só da poesia e dos tempos românticos.

Seu Melo e dona Lourdes ( nossos pais ), papai com oitenta e cinco anos ( e ainda tocando sua oito baixos ) e mamãe com 75 iriam ter pela frente sete marmanjos, netos de dona Margarida Batista e Roberto Corro.

Nas férias não saiam de Jerumenha, brincando pelos riachos, vendo o sertão serenar pelo Gurguéia e Barro Alto. À noite, dormiam cedo, porque a manhã prometia pelos barrancos do riacho do Urubu e Poço Frio.

São retratos que marcaram nossas andanças pelos sertões do Gurguéia.

sexta-feira, agosto 24

RESENHA DE CHICO CANGURY


Sempre em nossas aventuras, em Floriano, o meu primo Francisco José Amorim, hoje Agente Fiscal da Receita Estadual em Floriano, acompanhava-nos, não era bom nadador, mas tinha sempre a companhia de uma câmara de ar para ajudá-lo a atravessar o Rio e tirava de letra, chegando na frente de todos.

Certo dia, porém, ao atravessar o Parnaibba, em um local de grande correnteza, a borracha que tampava o pito da câmara soltou-se e Chico José tampou com uma mão e, para poder manter o equilíbrio, segurava a câmara com a outra mão e não tinha como remar para chegar à outra margem, pois usava as mãos como remo e as pernas para equilibrar o bote.

Quando observei que ele estava com problemas, nadei apressadamente até onde estava, disse-lhe que ficasse tranqüilo e coloquei os dois pés dentro da câmara de ar, e saí puxando, utilizando o famoso nado de cachorro, que sempre usávamos quando estávamos cansados.

Foi um sufoco danado, para levá-lo até à margem, cheguei nas últimas, já sendo ajudado por Chicolé e outros companheiros. Graças a Deus chegamos em casa em Paz e hoje estou externando esta resenha e que pode ser confirmado pelo o ator maior e os coadjuvantes, como Chicolé, Firmino, Raimundo Bomfim, Antenor e outros.

E assim Floriano vai tornando-se Rainha e nós vamos envelhecendo-nos, mas revivendo sempre o seu passado e as nossas vidas cotidianas.

terça-feira, agosto 21

NÓS E O GURGUEIA


Ainda me povoam à retentiva, aquelas saudosas tardes quentes do Gurguéia, quando corríamos por ali em suas beiras. As pescarias, as tainhas e o medo das arraias inflavam nossa adrenalina.

Os pulos mortais e as nossas travessias nos faziam gigantes, todos nós fobando numa inquietude doida. Na hora da fome, saltávamos as quintas em busca dos ingás e dos jatobás, dos cajus e das goiabas gostosas do lugar.

Ah, foram-se os tempos de nossa infância querida, que os anos não trazem mais. A saudade nos fazem reportar a essa época maravilhosa, quando desafiávamos a natureza, sem saber dos riscos que corríamos. Hoje, ainda inteiros, permanecemos sonhando com essas traquinices nossas, que nos fizeram felizes.

terça-feira, agosto 7

RETRATOS




Fotografia tirada através da inspiração de Leuter Epaminondas de Floriano, num banquinho lá da praça doutor Sebastião Martins, perto da velha Sertã, nos anos cinqüenta.

A turma aí, bem comportada, trata-se de Tibério e Danúnzio, netos de dona Margarida e Roberto Corró, fazendo pose. Essas figuras ilustres, naquele tempo, aprontavam todas.

Mas o tempo passou, o Tibério atualmente mora no Rio de Janeiro, junto com a nossa irmã Lenka Elizabeth, mas Danúnzio, infelizmente, falecera ainda jovem, em São Luís do Maranhão.

Jerumenha, certamente, guarda e guardará boas lembranças desses jovens revolucionários, que venceram na vida com muita luta, suor e lágrimas.

segunda-feira, agosto 6

DANUNZIO


Ah, que saudades que eu tenho da velha Jerumenha, da dor de canela e do passaredo; dos lugares da infância, do sol de manhã cedinho do riacho do urubu, que os anos não trazem mais.

Lembro-me com saudades, também, do meu irmão Danúnzio ( foto ), que partiu antes do combinado, muito novo, no auge da vida. Ele gostava bastante também dessa terra maravilhosa, de andar por aí resgatando os velhos tempos.

No entanto, temos que seguir em frente. O tempo passou e o que ficou de bom está preservado em nossa memória. O pessoal da nova Jerumenha tem que buscar novos caminhos, mas não esquecer de preservar e resgatar uma boa história.

Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...