domingo, janeiro 7

RETRATOS

Vovó Margarida, se estivesse viva, estaria hoje com noventa e nove anos. Na foto ao lado, com a sua família, netos e bisnetos.

Momentos que nos trazem belas recordações de um tempo bom, de muitas alegrias e felicidades, onde as coisas eram bem mais simples de se viver.

Hoje, temos que acompanhar essa terrível globalização, muita competição e desrespeito pelo ser humano.

A poesia, agoram é outra. O consumo está tomando de conta das pessoas. Não sabemos se ainda há tempo de recuperar o tempo perdido.

terça-feira, janeiro 2

JERUMENHA, MEU AMOR!


Anos 60, época dourada de uma juventude do interior que não via televisão, só ouvia rádio e você contava as pessoas que o possuíam, sendo que o proprietário de um tinha que colocá-lo na sala e deixar o povo entrar para ouvir o Jornal a ”Voz do Brasil” ou ouvir a rádio globo com Waldir Amaral transmitindo um Fla x Flu diretamente do maracanã, era uma festa.

Luz elétrica, era através de um motor gerador, que consumia muito óleo e tinha hora para apagar. Mas tudo era muito legal; pois bem, voltemos aos patamares da Igreja. Ali, durante a semana, à noite, após o terço, nos encontrávamos para bate-papos e terminávamos realizando uma brincadeira muito engraçada que provocava uns aos outros ( homem e mulher ), que dificilmente não terminava em um namoro ou paquera.

Claro, todos que ali se encontravam estavam de olho em alguém, sentávamos no patamar e enfileirados homens e mulheres ( casais ), sendo que a primeira pessoa deixava o seu lado direito desocupado e dizia em voz alta: “Atenção: o meu lado direito está desocupado”, e outro respondia, “Quem ocupa”, a resposta vinha na bucha, “Fulano de Tal”, a pessoa escolhida saía de onde estava e ia sentar-se ao lado direito de quem a chamou e assim ia prosseguindo, o camarada já iniciava uma conversa com a garota e procurava segurar o máximo que pudesse ao seu lado para conquistá-la, quando o outro chamava e ela já não queria mais ir, aí já sabia que estava seguro e complicava quando uma garota sabia que você estava conquistando à outra e o chamava tirando-o de perto da outra. Puxa!... Foi nesse clima maravilhoso que descobri a minha a primeira paquera.

Quando encerrávamos esta brincadeira, saíamos dali e íamos para o bar do Chico, dançar até a luz apagar ou às vezes no final de semana, quando não tinha festa, fazíamos uma cota e contratava o Urbano Pacífico ou Manoelzinho para tocar na luz de Petromax ( candeeiro, que tinha uma luminosidade maravilhosa ).

Tem outra brincadeira que gostávamos muito, era a “guarda o meu anel, bem guardadinho”, vou deixar para a próxima resenha, esta também, na hora de passar o anel, deu muito namoro, detalhes depois, pois a saudade continua.

Sinto saudades dos meus amigos, das minhas amigas, de muita gente boas e maravilhosas, que voltarei a falar na próxima matéria. Aguardem, isto é, se o nosso amigo Janclerques deixar, ok?

Não esqueci a turma do futebol, das caçadas de canários e cuxixos, dos banhos no pé de manga, do campinho que fizemos e que terminou sendo um campo oficial. Continuarei sentindo saudades.

Colaboração: Chico Amorim

Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...