domingo, novembro 25

FANFARRA II


O doutor Braulino Duque de França era uma figura impoluta, possuía uma personalidade muito forte e prestou bons serviços para a comunidade de Floriano como advogado, mestre-educador e administrador. Inicialmente no Ginásio Primeiro de Maio teve problemas, mais tarde no Ginásio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchoa, depois Colégio Estadual “Monsenhor Lindolfo Uchoa, conseguiu formar uma das melhores equipes de educadores de Floriano daquela época (década de 60), senão vejamos alguns, entre muitos: o próprio Braulino, Padre Djalma, Conceição Carnib, Filó Soares, Eva Macedo, Ivonildes Castro, Teresa Chaib, Raimundinha Carvalho, Duzito, Abdoral e muitos outros, além de uma equipe de assessores competentíssimos que souberam elevar o nome do colégio.
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Com a sua equipe formada, o comando do colégio correndo às mil maravilhas. Teve inicio a criação da banda cabendo ao Prof. de Música Duzito, recrutar aqueles que tinham sensibilidade para uso dos primeiros instrumentos, com a participação do Dr. Braulino, e assim chegou-se à primeira bateria do Ginásio Estadual carinhosamente chamada de BANDA, composta de um pouco mais de 15 componentes. Com as aquisições de novos instrumentos e aumento do numero dos seus componentes passou a chamar-se FANFARRA. Era a menina dos olhos do Dr. Braulino.
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Os seus componentes, não tinham lá grandes privilégios, mas gozavam de um carinho muito grande junto à direção, principalmente após uma competição em que fossem os vencedores, claro, que às vezes se fizessem uma traquinagem que a suspensão seria de 3 dias, entrava aí uma atenuante para redução da pena, mas que a punição era aplicada não tinha jeito.(na fanfarra tinha muito mala), Mas, todos eram vigiados no comportamento tanto escolar como fora dele, tinham o dever de não faltar às aulas e não ficar reprovados.
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Após os treinamentos e/ou desfiles, cada componente tinha a obrigação de limpar e guardar o seu instrumento em local devidamente apropriado.O melhor de tudo é quando davam um show de acrobacias, sons, toques e evoluções nos desfiles e terminava sendo os vencedores, (naquela época existia uma rivalidade muito grande entre os Ginásios Primeiro de Maio, Santa Terezinha e o Estadual, esta disputa ficava restrita nas quadras de esportes e desfiles -somente) o Mestre Braulino saía abraçando um a um e abria um espaço e patrocinava guaraná pra toda turma. Era pra todos uma satisfação muito grande. A Adrenalina que se queimava durante as competições era uma adrenalina pura e natural vinda do íntimo e da vibração de cada um. Vivíamos um mundo diferenciado de hoje, sem pensar em drogas, embora ela já existisse. O apoio aos Esportes foi uma tirada de mestre do Dr. Braulino, em benefício de nossa juventude, isto gerou uma ciumeira danada, todos queriam derrotar o Colégio Estadual e estavam prontos para competir, e isto era muito bom, a juventude entendia, e a cada vitória valorizava nossa Escola.
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Creio que todos daquela época vingaram, hoje, Graças a Deus cada um é um cidadão que vive com dignidade, dentro da carreira que escolheu. O Mestre, não media esforços para que tudo desse certo quando a Escola ia desfilar, também pudera, nos desfiles de 1° de Maio e 7 de Setembro, dava gosto vê os meninos de Braulino entrar na Presidente Vargas, lotada de pessoas, aplaudindo-os com palmas, assobios e gritos, ficávamos arrepiados, principalmente quando a FANFARRA chegava à altura do prédio dos Correios e Telégrafos, e a todo pique fazendo as suas evoluções, o Dr. Braulino levantava o dedo polegar em sinal de Positivo transmitindo para nós a sensação de vitória. O Professor de Música Duzito foi o expoente maior da nossa FANFARRA, o carinho e a seriedade com que ele transmitia os ensinamentos para todos, são inesquecíveis.
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Não me recordo o número exato dos componentes, acho que em torno de 40. Não me lembro de todos, mas sei que iniciei tocando com os pratos, depois fui tocar caixa-marca passo e terminei tocando caixa tarolista, fazendo dupla com Abdon (irmão de Zeca Futuca), sendo que aprendi com Elias e outro tarolista que não recordo o nome, que era da turma do BEC da Vereda Grande, a nossa FANFARRA era composta de: Elias, Abdon, Miflêr, Brarrim, Paulo Kalume (Petinha), Manu, Chicolé, Chico Mendes, Chico Kangury, Irmão, Elias Bonarsen, Chicão de D. Helena, Nego Poncion (auxiliar do prof. Duzito), Zé Gaspar, Antonio Adala, Zé Lima, Petrônio, Hélio, Litarcio Brasileiro, Zé Carlos, Gentinha, Cícero Pantera, Antonio José Sales, João Luiz, Toinho, Tibério, Gutemberg, Celso, Zé Welligthon, etc.(estes foram os primeiros, de quem recordo os nomes). Após sair a 1ª turma, a cada ano a FANFARRA sofria uma renovação de valores.

quarta-feira, novembro 21

LEMBRANÇAS



CACHORRO DOIDO

Mesmo morando em Floriano, o gostoso na verdade era curtir as férias em Jerumenha na casa de vovó Margarida. Chegava o final de ano, aí, não, pegávamos o primeiro pau de arara e, preparados, estávamos voltados para o que desse e viesse.

Certa vez, lembro-me bem, inventamos de tomar banho, ali, no riacho do Urubu, correr, jogar bola, caçar passarim, comer goiaba, jatobá, carnaúba, Maria preta e, até, pitomba.

Diziam pra gente: “ cuidado com cachorro doido...” Vez por outra a gente via um vira lata passando, mas a gente se escondia; mas, outra vez, de verdade, eu gritei:

- Cuidado, cambada,lá vem o cachorro doido!...

A negrada, com o coração a mil, disparou na tubada, pulando a cerca da quinta do vovô Roberto, para depois cair na gargalhada, chupando manga fiapo.

quinta-feira, novembro 15

GIANCARLO BATISTA REGO


Esse é o nosso primo Giancarlo Batista Rego, filho da tia Doralice e Rego e, também, neto de Roberto Corró e de dona Margarida. Estudou em Floriano, no Industrial, e logo se identificou com o trabalho, dedicando-se fielmente aos objetivos da rádio Irapuá.

Casou-se jovem, com a professora Leuzenilza e desse belo casamento nasceram o Júnior e a Isabela, tesouros da família. Passaram algum tempo em Brasília, mas voltaram para a Princesa do Sul, onde veio dar continuidade ao trabalho da rádio.

Na foto acima, o Giancarlo, provavelmente, aos três meses. Menino tímido mas astuto, inteligente e hoje segue em direção ao futuro de sua família, buscando a paz, o amor e a tranqüilidade divina.

MEUS 15 ANOS NO FLORIANO CLUBE





Esta foi a festa das debutantes realizada no nosso tradicional Floriano Clube no ano de 1971. Foi organizada pela nossa professora Ivanilde Castro e a nossa querida irmã, Lenka Elizabeth, era uma das jovens que debutaram naquela data.

Na foto, observamos a Lenka dançando a valsa com o nosso irmão Ubaldo, bela imagem do baú extraída da inspiração de Leuter Epaminondas ( in memorian ). À época, fazia bastante sucesso esses acontecimentos sociais na cidade.

Hoje, lamentavelmente, essas nossas tradicionais festas não ocorrem mais. As preferências, agora, são outras. Seria de suma importância se pudéssemos revitalizar esses bailes antigos, para que toda a nossa juventude volte a brilhar de felicidade como no passado.

UIARA MARIZE


A nossa querida irmã, Uiara Marize, outra neta de dona Margarida Batista e Roberto Corró, hoje, morando em Brasília, casada com o economista Raimundo Carvalho, filho de seu Joãozinho Guarda ( in memorian) e funcionário do Banco Central na Capital Federal.

A Uiara, também, estudou em Floriano, estudou no Odorico, Primeiro de Maio e Estadual, terminando seus estudos e logo se casando na Igreja do Colégio Industrial São Francisco de Assis.

Uiara e Raimundo são felizes, tiveram três filhos lindos, a Mariana ( advogada ), o Rildo ( Administração ) e o Rodrigo ( terminando o ensino médio ). A Uiara é de uma dedicação de dar inveja, luta todo santo dia para a felicidade dos filhos.

Desejamos, sempre, que Deus esteja sempre protegendo nossas família e que todos possam dar tudo de si para cada vez mais irmos melhorando com a graça divina.

domingo, novembro 11

RETRATOS


Este retrato é de quando tínhamos terminado o quinto ano do primário no Colégio Odorico Castelo Branco, em Floriano, no ano de 1971 aos treze anos de idade. Havia, ainda, muita timidez, mas com o tempo fomos galgando um contexto de ternura e poesia.

Dali fomos direto para o Colégio Estadual, em 1972, para o ginásio. À época, o diretor era o professor Josias Teixeira, que com a sua experiência deixava o pessoal bem entrosado e disciplinado para o andamento dos seus estudos.

Essa jornada foi de grande valia, pois fomos educados por bons educadores, do tipo Abdoral na educação física, Ivanildes Castro na Geografia e o Altino em Desenho. O gostoso, ainda, era o tempo de sete de setembro, naquela preparação toda para os desfiles, com ensaios, gargalhadas e muita história para contar.

sábado, novembro 10

OS MENINOS DAS ESTRELINHAS


OS MENINOS DAS ESTRELINHAS

Resenha de Chico Cangury ( para Tibério José de Melo )

O doutor Braulino, quando diretor do Estadual, em Floriano, inventara uma farda, tipo, contendo umas estrelinhas, que de certa forma, indicavam a série que o aluno estava cursando. Após um treinamento da BANDA, pois era a época do desfile de sete de setembro, todo dia havia os tradicionais ensaios pela manhã e à tarde.

Tudo bem, até que em uma certa manhã, após o treino, o Chicão de dona Helena, comandara uma turma, juntamente com Antonio, Poncion dentre outros. Foram, então, para o Mercado que ficava em frente ao colégio.

O certo é que quando eles estavam subindo os degraus, as verdureiras gritaram:

- GENTE, pelo amor de Deus... Cuidaaaaaadoooooo!...Guarda tudo, pois os meninos das estrelinhas estão chegando.

Foi um rebuliço danado. Resultado: demorou pouco tempo para a farda ser trocada por outra.

sexta-feira, novembro 9

PASSARINHADAS



Eu estava passando umas férias na casa da vovó Margarida e a coisa que eu mais gostava de fazer era caçar passarinhos. Andava para cima e para baixo no riacho do Urubu e pelas beiras do Gurguéia.

Com uma baladeira no pescoço e uma capanga na cintura fui atirar numas rolinhas debaixo de um pé de jatobá próximo à cacimba do riacho. Comecei a atirar várias vezes e nada de acertar. Na verdade, eu era fundo, só empolgação de criança.

Nervoso, continuei tentando, atirando, mas que nada: foi quando o meu tio Moreira apareceu e, de repente, me pediu a atiradeira e só três pedras de piçarra, só precisou disso: pá, bufo no chão. A fogopagô caiu durinha.

É claro que deu um fritinho de primeira, mas hoje, quando me lembro dessas nossas andanças, às vezes nos dá uma certa tristeza, mas a emoção ficara eternizada para lembrarmos sempre e fazer muita reflexão.

sexta-feira, novembro 2

RETRATOS


Esse três por quatro, eu me lembro, tirei aí por volta do ano de 1971, ali, no antigo mercado velho, em Floriano, no famoso lambe – lambe da esquina da rua São Pedro com o cruzamento da praça Coronel Borges.

Era a moda da jovem guarda, o cara tinha que tá cabeludo, na onda do iê – iê – iê e isso nos causava o maior frisson, impressionava as meninas. Nas tertúlias, então, a gente vestia as nossas melhores becas e íamos azarar os brotos: “era uma brasa, mora!...”

Tempos bons, aqueles; éramos felizes e não sabíamos; hoje, infelizmente, os forrós tecnobregas tomam de conta do Nordeste, causando uma decadência terrível de nossa cultura.


Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...