sexta-feira, setembro 28

RETRATOS

Verificando os nossos alfarrábios, encontramos um antigo monóculos do início dos anos setenta, quando nos deparamos com uma foto do nosso irmão, o Danúnzio ( in memorian ).

À época, ele já estava morando na Ilha do Amor, São Luís ao lado dos nossos primos e parentes, estudando, trabalhando e curtindo as praias da Ilha.

Na foto, observamos ele na praia do Olho D´água, a mais tradicional daquela época, a mais popular. O tempo passou, Danúnzio trabalhou na Arpaso Pop, na Cimec e, por último, já formado em Direito, foi classificado como Procurador do Estado do Maranhão.

Danúnzio chegou a jogar no futebol amador de Floriano, quanfo jovem, atuando nos times de Gusto e no Flamengo de Tiberinho de Floriano, chegando a brilhar como um dos melhores atacantes do futebol da Princesa do Sul.

Lamentavelmente, por falta de cuidados, Danúnio nos deixou, antes do tempo, em 2001, aos cinquenta nos de idade. Sofria de problemas e não fez as devidas prevenções. O tempo em que nos proporcionou com a sua garra e alegria, Danúnzio para nós foi um grande vencedor, casou-se com a Raimunda, digníssima figura da cidade de Piunheiro,  teve quatro filhas lindíssimas e, hoje, elas moram em São Luís, todas formadas e trabalhando.

sexta-feira, setembro 21

RETRATOS

Desenhamos, graficamente, um quadro de como mais ou menos era o casarão dos nossos avós, Roberto e Margarida, em Jerumenha, ali na altura do Barro Alto.

Era muito bonito, muitos arvoredos em volta, riachos, ruas casas, animais, o rio Gurguéia, o Poço Frio, o ricacho do Urubu tudo e volta nos fazendo felizes.

À esquerda do casarão, era a quitanda sortida do vovô Roberto, vaqueiros, cidadãos de toda Jerumenha que passavam por lá, dava aquela paradinha para prosear e comprar algo para levar para suas casas.

Certa vez, quando pequeno, ví uma boiada passar na frente do casarão, muitas figuras ali entravam para conversar com a Margarida e tomar o seu gostoso cafezinho adoçado com rapadura. O Gualberto, o Moreira e o Aogstinho, criados pela vovó, faziam de tudo: caçavam, tiravam o couro das criações para a manutenção da casa.

Minha mãe, tia Doralice e a tia Docarmo, suas filhas sempre por perto, quando necessário, para comandar seus filhos e receber a orientação dos pais. Era muito gostoso aquele tempo. Até o Frei Serafim, certa vez, parou por lá para apreciar um cafezinho.

Tempos que não voltam mais, mas que precisamos registrar para matar a saudade.

quinta-feira, setembro 6

NOS VAGÕES DA HISTÓRIA

JERUMENHA, 250

Por: Fonseca Neto ( Historiador, Professor e Acadêmico )
fonsecaneto@cidadeverde.com

A devoção antonina local tem mais de trezentos anos e suas histórias quase inverossímeis permeiam as estruturas mentais do lugar.

JERUMENHA é o terceiro município mais antigo do Piauí: formal e solenemente instalado no dia 22 de junho de 1762, sob a presidência do governador da capitania, João pereira Caldas, que assim cumpria uma diretiva do reino de Portugal. Acontecimento maior da vida cívica municipal.

A criação dessa municipalidade na ribeira ou vale do rio Gurguéia, pouco acima de sua barra no rio Parnaíba, decorre do processo mais geral da guerra da colonização, sendo o núcleo-sede, depois vila, a hoje cidade, um arraial fundado pelo herdeiro da Casa da Torre, de Tatuapara, litoral da Bahia, empreendimento bandeiro-entradista que afugentou e retirou os nativos indígenas da região, implantando seu regime de exploração colonial a partir das três últimas décadas do Seiscentos. Desse ponto, os sertanistas da Torre desceram  e atravessaram o dito Parnaíba, estabelecendo domínio por todo o sul do Maranhão - sertões dos "pastos bons", até os sopés da serra do Itapecuru e a calha tocantina. Gurguéia, alto Parnaíba, alto Itapecuru e médio Tocantins, região da América portuguesa a princípio reinvindicada pela capitania coelhada de Pernambuco. E é desta capitania que os Ávila obtêm a chancela para ali se estabelecerem pela força da arma e da lei das sesmarias. A Casa de dÁvila, "feudo" territorial riquíssimo, além da simbologia, dispunha-dispõe-de uma famosa Torre de duas faces, "uma virada para o mar, vigiando piratas [...]; a outra, para o desconhecido, para o sertão infrequentado, ignoto e temeroso". O arraial, futura Jerumenha é um ponto avançado de seu poder descomunal.

Despojados esses invasores originais em face do recrudescimento da guerra ao gentio, e do levante geral dos tapuias e sem-terra nas primeiras décadas do Setecentos,perdendo Pernambuco sua jurisdição sobre ele, o lugar do arraial é feito distrito e freguesia na forma resolvida por el-rei, através da Mesa da Consciência e Ordens, em 20 de maio de 1740, por obra do bispo do Maranhão, d. fr. Manuel da Cruz, que anima o povo local a erguer, sagrada em 1746, a igreja paroquial, dedicada a Santo Antonio de Lisboa, e Pádua.

Ao inaugurar Jerumenha na zona do baixo Gurguéia, dezenove dias após oficializar Parnaguá - nas franjas altas dessa ribeira - o governador cumpre missão do império português de enquadrar ao já secular Estado do Maranhão ( e Grão-Pará ) todo o vale gurgueiano. É feita então a eleição de seu primeiro governo, a Câmara Municipal, erguido o pelourinho e designada a terra de seu patrimônio - a "terra do santo". Do município de jerumenha colonial, nestes dois séculos e meio, foram subtraídos os territórios de mais de trinta outros municípios do Piauí, entre os quais o da Manga/Floriano. E Jerumenha conservou-se uma cidade pequena, grandiosa, porém, no acolhimento de seus filhos, marcando a seu modo a experiência humana nesse recôndito. Das famílias aportuguesadas do lugar, Ávilas não há, mas Rocha há muitos. O Oitocentos inaugurado, chegam os Fonseca, pelo Maranhão e pela Passagem da Manga. E espalham-se aos confins do vale.

Arraial dos Ávila, depois freguesia de "Santo Antonio da Gurguéia", desde 1762 vila e município de Santo Antonio da Juromenha ou Jeromenha, a designação oficial dessa nova vbila e do município queforma sua jurisdição, em tudo revela a transposição imperfeita da toponímia lusometropolitana para este trópico. A ordem do rei era "desarbarizar" a nominação dos lugares.

Fonte: Revista Cidade Verde

Santo Dácio

  Por - Dácio Borges de Melo Floriano, inverno de 1955. Segundo narração de D. Inhá, minha mãe e vovó Serva. (Maria Serva de melo)  Numa cer...