sábado, março 17

JERUMENHA - SAUDADES



Resenha nº. II – “GUARDA O ANÉL BEM GUARDADINHO” Brincadeira no Patamar da Igreja.

*Pôr: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo


Ainda nos anos sessenta, o palco desta resenha continua sendo o patamar da Igreja de Santo Antonio.

Período de férias antes de começar a noitada pra valer participava da reza do terço na Igreja e depois íamos jogar conversa fora no patamar. Ali, saía à programação da noite e para deixar o tempo correr tinha uma brincadeira muito boa, um pouco diferente do “meu lado direito está desocupado”, mas com o mesmo objetivo.

Esta brincadeira chamava-se de “Guarda o anel bem guardadinho”.

Constava do seguinte: pegava-se um anel, onde uma pessoa ia passando de mãos em mãos (o receptor ficava com as mãos juntas e fechadas), o passador colocava o anel nas palmas das mãos fechada e passava as suas mãos entre as mãos do receptor e dizia “guarde o anel bem guardadinho”.

Só entregava a quem ele/ela queria, mas tinha que passar as mãos nas mãos de todos os que estavam na brincadeira, sendo que depois de chegar ao final, ficava sentado e dizia: onde está o anel. Somente o entregador sabia mas não podia dizer, um a um era perguntado até acertar o nome de quem guardou o anel. Aquele ou aquela que estivesse com o anel levantava e ia passar o anel.

Ali estava o segredo, se você ganhasse o anel e entregasse para a mesma garota, duas ou três vezes seguidas, já era início de uma paquera. E assim o tempo ia passando, e quando chegavam à hora todos iam para o Bar do Chico, curtir uma tertúlia com cervejinha, ou tomar um Rum com Coca-Cola, no Bar do Luizinho, mas tarde Bar do João Luiz (gente boa). Tempo que não volta mais, mas é maravilhoso recordar.

* Chico Amorim Sobrinho para o Portal de Jerumenha.
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Identificação da Foto:
Foi clicada por Chico Amorim Sobrinho nos anos 60 do século XX em frente ao patamar da Igreja de Santo Antonio, no cruzeiro da Igreja, vendo ainda na parte de frente da foto, embaixo, a pedra, onde de acordo com informações dos mais velhos, encontra-se sepultados 02 padres jesuítas, que participaram da Construção da Igreja, ainda no século XIX. Podemos ver que era uma tarde de sol, no mês de Julho (Férias), e os boêmios e peladeiros estão aí pensativos preparando alguma programação para noite. Da esquerda para direita identifica-se: ALONSO, Zé Benedito, Raimundo José (velho maquimba), Francisco José Amorim (de óculos escuro), Biô e o nosso amigo Emídio ( filho de seu Zezinho e de dona Maria de Lourdes).

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