terça-feira, fevereiro 13

DE VOLTA PARA A SAUDADE


JERUMENHA TERRA QUERIDA: SAUDADES II

Colaboração: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo

As saudades continuam apertando e tudo vem à tona: sinto saudades dos amigos e das amigas, que fizeram histórias nos “Anos Dourados da Década de Sessenta”!. Mazé, Dinair, Isaura, Edith Rocha (in memorian), Didona, Amélia Maria, Edna, Isabel Fonseca (in memorian), Eunice Ferraz, Maria do Carmo, Maria Luiza, Analina, Pedrina, Maria Emilia, Milda, Graça Pitombeira, Maria Auxiliadora e muitas outras que o nome no momento não vem à tona mas que continuam bem vivas as imagens na minha mente. A juventude daquela época era sadia da mente, de amizades, de respeito e sinceridade. Hoje as coisas estão ficando cada vez mais difícil mas deixa, estamos recordando e quando isto acontece aumenta o viver com o alivio no nosso coração.

Saudades, das pescarias no Rio Gurguéia, dos banhos no poço frio, no riacho do urubu, no pé de manga, este banho, na época poucas pessoas o conhecia e sua descoberta pela nossa turma foi quando estávamos à procura de uma vereda bem aberta, plana e onde fosse possível à prática do futebol, pois precisávamos desocupar a área ao lado da igreja de Santo Antonio, onde a animação era grande e já começava a perturbar as pessoas residentes na área e os freqüentadores da igreja. (não podíamos contrariar o Padre Anchieta, que apesar de ser durão, era bom para a nossa juventude), assim como a sociedade Jerumenhense.

Pois bem, não medimos esforços e começamos a procura ali pelos arredores da casa do Antonio João Bico Doce (batedor de pandeiro, de triangulo e bumbo e cantador de sátiras musicais) até que encontramos o que queríamos, uma vereda com um capim de burro bem ralo e com uma declividade que dava para fazer a correção com a enxada. Era uma propriedade privada e o proprietário doou para que pudéssemos construir o nosso campo de futebol, não recordo o nome do dono do terreno. Na época colocamos o seu nome no campo.

Formamos mutirões e partimos com seriedade, para se conseguir uma máquina tipo patrol, era muito difícil e não havia incentivo. Foi somente na coragem e com raça.

Durante o nosso trabalho, ao final da tarde, íamos tomar banho em um olho d'água que era situado próximo do campo e ao lado do tronco de um pé de manga secular que formava um poço e terminamos chamando o local de: “Pé de Manga”, sendo que depois dos treinos íamos tomar os nossos banhos por lá. Não me recordo quem foi o autor do nome.

A história foi essa, durante os nossos mutirões, levávamos, enxada, enxadeco, picareta, facão, pá, ancinho, foice, machado, trena métrica, cordão e etc. Arrancando tocos, derrubando algumas árvores, arrancando pé de mandacaru pela raiz, catando espinhos, fazendo limpeza, cavando o solo para nivelamento, havia uma pequena declividade, arrancando matos e plantando gramas com as mãos, fincando mourões para demarcação da área do campo e etc.,.

Foi com muita luta, obstinação e com as atividades entrando em ritmo acelerado somente no período das férias é, que conseguimos construir o nosso campo, com o apoio do proprietário, fomos os pioneiros e depois os outros foram chegando, com incentivos conseguiram construí um campo oficial para prática do futebol.

Soube que deram ao campo o nome de Estádio Leônidas Mousinho, o que consideramos uma boa e justa homenagem, pois além de ter sido médico, prefeito de Jerumenha, foi também um craque do futebol, proporcionou grandes espetáculos engrandecendo as nossas vitórias, quando defendia as cores de Guadalupe. Lá, contribuímos para alegria do povo Jerumenhense dando-lhes muitas vitórias nos anos sessenta.


Sinto saudades da turma do futebol, os famosos peladeiros, os pioneiros na construção do campo de futebol, fora da Praça Santo Antonio, a começar pelo grande goleiro, Rivaldo Carreiro, (tinha uma mão que em tamanho só perdia para a do Raimundo José, este tinha uns 2,0 metros de altura e gostava de jogar carteado), Seu Divaldo e seus irmãos, tinha um que foi o nosso goleiro titular por muito tempo, o velho Carlito, Chico José Amorim, Antonio Mirton Amorim Sousa, Zé Mirton Amorim Sousa (in memorian), Emanuel Fonseca, Antonio Rocha (In memorian), Dr. Willhame Barradas, Chicolé, Selvu, Chiquinho, Manuel Vermelho (el driblador), João da Ana, Catita, Adail Pinto, Zé Benedito Hermógenes, Antonio do Ofir , Biô, Raimundo José (velho maquimba), Antonio José do Dió, Pedro do Dió, João Luiz Barriga, Mané da Júlia (in memorian), Álvaro, Firmino Pitombeira, Hermógenes, Zé Benedito Fonseca, Zé Néri (in memorian), Lindomar Ferraz, Antonio Fernandes (in memorian), Zuca, Emídio (coisa monstra), Deudêmio, o Cientista Nilo, embora paraplégico, às vezes tirava uma de árbitro (Juiz), nos treinos e nos jogos, e era metido a valente

Sinto saudades do Mané Piola (in memorian), além de goleiro, fazia às vezes de massagista e preparador físico, não esqueço da preparação física que ele nos aplicava, correr até o barro alto, de lá até o campo de futebol, fazíamos alguns exercícios físicos e novamente corrida até o Rio Gurguéía para tomar banho. Isto, às vezes ocorria, depois de uma noitada à base de Rum Montilla e Coca-Cola já pensou, tinha peladeiro que com meia hora de pique começava a ficar tonto. E o melhor de tudo é que ele (mané) vibrava e a turma gostava.

E muitos outros peladeiros que no momento não me vem à tona os seus nomes, que também fizeram parte desta geração maravilhosa e contribuíram para o desenvolvimento do futebol de Jerumenha.

Durante os períodos de férias: toda sexta, sábado e domingo, forró pé de serra, quando tinha jogo, o forró era depois do jogo.(curtíamos também rock, samba, bolero, etc).

Sinto saudades, dos urros do Joel Campos, coletor estadual, que gostava de jogar um carteado na casa do meu Tio Chico Amorim e quando às vezes saía do Jogo de madrugada, gostava de descer a rua até o hotel da Tia Raimundinha onde morava, dando esturros e quando encontrava alguém ficava gritando mmmmmmuuuummmm. Era uma figura. Filho de Oeiras e amado pelos jovens daquela época em Jerumenha.


Gente boa, hoje residimos em Teresina, mas apaixonado por Jerumenha e o Amolar ( Floriano ).


Vou ficar por aqui, mas continuarei com saudades...Até breve.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meus parabens pelo apoio que vem dando aos trabalhos que resgatam um passado histórico de um município que outrora já foi a sede oficial da colônia de Floriano.Estes peladeiros alguns foram grandes craques, como Emanoel Fonseca, Catita, Chicolé, Selvu, Chiquinho, Adail Pinto, Antonio Mirton, os outros davam recados nas peladas e eram craques na rumba da coca-cola com rum montilla. Tempo bom e maravilhoso.

Santo Dácio

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