
Jura Menha
Nas tuas 3 esquinas, Jerumenha, quase nasci. Nas manhãs, surpreendentemente frias, teu café tomei nas calçadas da Noemi e nos quintais das Pedrinhas.
O bandido solto, afasta as crianças do riacho porquanto a enchente preemente traz os filmes para a realidade.
Foi na tua geografia, Jerumenha, no dia dos vaqueiros, que vi a cara da fome: não é bonita, não.
Foi na busca pela tua administração que vislumbrei a nocividade e o papel dos bastidores das madrugadas: tudo reside nas pessoas.
Foi em ti, Jerumenha, que vivi o amor de vó, grande mulher pauliana que ensina o tempo todo.
Nas tuas coxas, nas quintas e esvalados, os picões de arraia ou o milho do Barro Alto, senti o gosto da e pela terra.
Até o urubu pode ser límpido, tu me ensinastes.
As tertulhas e as novenas, as barracas e os leilões, os pobres ricos incientes, os ricos pobres das veredas.
O final de semana ansiado, pela prata, outro lado ou veredas.
Os festejos festejados além dos 13.
A noite dos filhos ausentes.
A sabedoria que transcede os livros e é vivida.
Não tenho foto tua Carnaúba, minha Jerumenha.
Tenho, pois, tua imagem gravada onde ninguém me tira nem qualquer incêndio dizima.
Obrigada, cidade grande.
Carla M'ohea
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