O tempo passou, poeta, mas os teus riachos ainda te segredam mistérios; portanto, abre-te mão desses teus dissabores e enxuga as tuas lágrimas, pois a tua musa dela ficaste somente o retrato.
Mas o teu choro, aliás, não é em vão, porque essas tuas lembranças, mais que te maltratem o coração, te dá prazer, também, em teus pensamentos soturnos e o teu final um dia será ( in ) feliz?
Esses caminhos, poeta, não são de dores e esses teus amores, que um dia vivestes, serão eternizados pelo tempo e, certamente, serão arrastados pela imensidão etérea dos céus celestiais; no entanto, procura, poeta, compartilhar, ainda, esses restos momentos nas cruzadas dos rios e dos riachos, onde tomavas banho tocando os borás perdidos nos ecos distantes das tuas lembranças do Gurguéia e dos sertões que ainda te povoam teus sentimentais segredos.
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